Postagens

Mostrando postagens de julho, 2008

Palavras mágicas

Outro dia fomos almoçar em um restaurante, e a Isadora, minha netinha, estava conosco. Pedimos nossos pratos e, quando eles chegaram, ela foi a primeira a ser servida. Assim que o garçon colocou o prato ( que tinha batatas fritas, claro) na sua frente, ela olhou para ele e disse : “obrigada”. Durante o almoço, quando sentiu sede, falou para a Priscila : “mamãe, favor, água”. É incrível como ela aprendeu rapidamente essas palavras, e como sabe usá-las na hora certa, sem que ninguém precise lembrá-la. A primeira dessas "palavras mágicas" que ela aprendeu - assim chamadas por Dª Valentina, minha 1ª sogra - foi “licença”. Logo que começou a falar as primeiras palavrinhas, quando ela queria passar e encontrava alguém na sua frente dizia “sai, sai” e até ajudava com sua mãozinha, para empurrar quem a estava atrapalhando. A mesma coisa quando ela queria sentar num lugar que já estava ocupado. Então, a “mamãe Pri” lhe disse que não era daquele jeito que ela devia fazer. Ela deveria p

Dia das avós

Imagem
Isadora, com sua vovó Heloísa (2008) Hoje, dia de Santa Ana, avó de Jesus, escrevo nesse espaço como avó e como neta. Avó da linda Isadora, que há dois anos me enche de alegrias, que me inspirou a criar esse blog, e de quem tenho falado bastante em meus textos. Hoje, logo cedo, ao atender o telefone, escutei uma voz bem levinha me dizendo : “Parabéns, vovó”. Foi uma delícia! Espero, por muito tempo, manter com ela essa troca de carinho e amor. Sou neta da querida avó Olga, de quem guardo suaves lembranças. Embora, quando pequena, não tenha tido muita convivência com ela - que morava a quilômetros e quilômetros de distância, numa época em que a distância era difícil de ser vencida - sempre tive por ela muito amor e uma ligação especial. Minha avó Olga tinha um olhar doce, um ar delicado, aquele jeito amoroso ... de avó. Quando ela partiu, aos 93 anos, eu tive a nítida impressão de que uma parte minha tinha ido com ela. Avós, avós ! Só falta falar da avó dos meus filhos, minha querida mã

Programa de domingo

Imagem
Há muitos anos que eu não participava de programas culturais de crianças. Acho que os últimos foram os da Sessão Coca-Cola, com desenhos infantis exibidos no cine Roxy, em Santos. Era o programa das manhãs de domingo, quando meus filhos eram pequenos. No verão, normalmente, passávamos o dia no Clube de Pesca, na adorável Ilha das Palmas. Quando o dia não estava bom, ou era inverno, a preferência era para a Sessão Coca-Cola. Pagava-se a entrada. A pipoca e a coca-cola eram gratuitas. As crianças adoravam. Quando meus filhos já estavam mais crescidinhos, eu os deixava no cinema e ia buscá-los no final da sessão. Até que um dia, meus filhos cresceram de vez e a sessão coca-cola acabou. De repente, me vejo com uma netinha que adora os filmes dos Backyardigans, e eis que eles vêm para São Paulo para uma apresentação ao vivo. Combinei com minha filha, providenciamos os ingressos, e lá fomos nós para assisti-los. E foi assim que eu reiniciei meus programas culturais infantis. Adorei ter podi

Fortalecendo a vontade

Imagem
Estudei em colégio de freiras, cujos ensinamentos, na área comportamental, nem sempre recebem aprovação. Não sei como estão agora, mas na minha época, que era extremamente repressiva, dá para se ter uma idéia da rigidez das escolas religiosas. Contudo, colocando na balança, acho que o resultado dessa educação foi positivo. Muitas foram as lições de amor e respeito ao próximo, que reforçavam as que recebíamos em casa. Lembro bem de uma orientação que recebemos em relação à importância de fazer-se sacrifícios. Hoje, época em que a busca do prazer orienta praticamente todas as ações, tal lição seria desconsiderada ou, caso fosse dada, seria ridicularizada. Um dos exemplos que nos foi dado naquela ocasião, era o de uma garota que ganhara uma caixa bombons que adorava, mas que deixou para prová-los só no dia seguinte. Isso, com a intenção de fazer sacrifício. Que bobagem, dirão muitos, para que fazer sacrifício? Sacrifício, no caso, nada mais é que uma renúncia, ou adiamento de um prazer, d

Dia de alegria

Imagem
Minha netinha, responsável pelo nome desse blog, completou dois anos no último dia 13, e achei justo divulgar fato tão importante e feliz. O dia foi só de alegrias. Ela estava linda, num vestidinho de seda “marron”, com estampa bem delicada, saia “balonê”, colocado sobre uma blusinha “marron”, meia-calça (natural) e sapatinho tipo bailarina, também “marron”. A festinha foi no salão de festas do prédio, decorado com bolas de gás. A mesa tinha como tema “fadinhas” , montada pela mamãe da aniversariante, com enfeites produzidos por uma grande amiga. Como o salão não é muito grande, também usamos uma parte externa do prédio, com algumas mesinhas e barraquinhas. Parece incrível que uma menininha de dois anos possa aproveitar bastante sua festinha. Mas foi o que aconteceu. A Isadora participou de tudo. Pulou muito, muito, na cama elástica, escorregou, balançou na gangorra. Ainda brincou, no cantinho de brinquedos, e deliciou-se com os comes. Só ficou inibida na hora do “parabéns”. Um pouco a

Doces da família

Imagem
Hoje, de sobremesa, fiz “Ovos nevados” e, como não poderia deixar de acontecer, lembrei-me dos doces da minha infância. Nesse blog já falei sobre “Marca da família”, já citei ditados antigos, muito usados por minha avó materna e por minha mãe, e volta e meia falo sobre fatos do passado. É verdade, nós somos resultado do nosso passado, das nossas vivências, das nossas experiências. Assim, não há como esquecer o passado. Nós somos o passado, e também o presente, que logo se faz passado. Percebo, então, que meu blog ao objetivar debates sobre a vida está tratando de memórias.E aqui entram os doces da minha infância, conhecidos e provados na mais tenra idade, e que até hoje fazem parte da minha vida. São os deliciosos “doces da família”.Aprendi a fazê-los observando minha mãe ao prepará-los : Ovos Nevados, Sagu com Vinho, Creme de Leite, Torta de Bananas, Bolo Majestoso, Manjar Branco, Arroz Doce, Doce de Abóbora, Vienenses, Gromelão .... Que delícias! Ovos Nevados - sobremesa ultra-delica

O despertar da fala.

Tudo começou com um "ééé...". Com menos de um mês, a Isadora já olhava bem firme para a mamãe, observando bastante e parecendo querer se comunicar com seu sonzinho "ééé.................". Aos poucos foram surgindo outros sonzinhos, com os quais ela parecia participar das conversas. O interessante é que a gente pedia para ela falar um pouquinho, e lá vinha ela, pequenininha, com seu "ééé............". Depois, as palavrinhas, papá, mamã, ága (água), nenê, titi, não (com bastante ênfase), gogói (dodói), pepê (chupeta), mamá, bóia (bola) e muitas outras. É claro que, entre essas, ela também falava vovó. Mas é inexplicável : não sei dizer quando ela falou pela primeira vez essa palavrinha que eu adorei, e adoro, ouvir. Quando completou um ano, seu vocabulário era bem reduzido. Depois, foram se incorporando novas palavras ( a vovó ensinou a falar "sim", para equilibrar com o "não"), e ela passou a juntar duas : "é meu"( com bastante

Parecida com a mãe?

Imagem
Em texto que postei em 11 de junho de 2008, fiz um paralelo entre os pais de outrora e os pais de hoje. Enquanto os pais de hoje (principalmente as mães) falam a todo momento para seus filhos que eles são lindos, os pais de antes eram contidos ao expressar seus sentimentos, e muito econômicos nos elogios. Não sei se, quando eu era nenê, meus pais falavam que eu era linda. Porém, na minha memória de infância e de juventude não existe qualquer registro a esse respeito. Por isso estou achando muito interessante minha mãe estar falando, nesses últimos tempos, que eu sou (ou estou?) linda. Ela está com 94 anos e 5 meses de idade, numa fase de grande dificuldade de expressão. Na maioria das vezes, percebemos que ela está querendo dizer algo, mas não encontra as palavras. Não é que hoje ela olhou para mim e disse: “você está ..... você está bacana”. Mas percebi que não era isso que ela queria dizer. Logo em seguida ficou em pé, bem na minha frente, e falou: “você está linda”. Eu, então, lhe

Privilégio

Imagem
É uma maravilha uma avó poder acompanhar o desenvolvimento de seus netos, e eu me considero privilegiada por estar podendo acompanhar, bem de perto, o crescimento e o desenvolvimento de minha netinha. Ela já vai completar 2 anos, e foram poucos os dias em que estivemos separadas. Logo que nasceu, passei uma temporada em São Paulo, onde ela morava, e acompanhei seu dia-a-dia durante três meses. Voltei para Santos, onde resido, mas toda semana ia para São Paulo e ficava em torno de dois dias, para poder vê-la e curti-la bastante. Antes de completar 14 meses, ela mudou-se para Santos, com sua mamãe. Daí, é claro, voltou o acompanhamento dia-a-dia. Foram raros os dias em que não nos encontramos. Quando estou fora, sem poder vê-la, fico morrendo de saudades. E foi assim que ouvi seus primeiros sonzinhos, que a vi sentar-se sozinha, engatinhar, começar a falar, bater palmas, andar, dançar, cantar, enfim, foi assim que tive o grande privilégio de vê-la crescendo.