Dores do crescimento


Crescer dói?

Sim, crescer dói. Às vezes, como já comprovado cientificamente, o crescimento traz até dores físicas, principalmente nas pernas.

Mas as dores de crescimento a que estou me referindo não são as físicas. São as emocionais, que muitas vezes têm início quando a criança ainda é bebê. Com certeza o bebê sofre quando, por ter crescido um pouco, passa a dormir em quarto separado dos pais. Sofre, também, a dor da separação, quando começa a frequentar a escolinha. E como essas, são várias as dores que sentirá, tudo porque está crescendo. E as mamães também sofrem. Com as separações, e quando percebem que seus filhos estão sofrendo.

Minha netinha passou, há pouco tempo, por um pequeno sofrimento. Para ela, contudo, deve ter sido uma dor bem grande. Ela era apaixonada por chupeta, e já saiu da maternidade querendo chupar. Colocava toda a mãozinha na boca, e a solução foi lhe dar uma chupeta. Até contei sobre isso aqui.

A partir de então, a chupeta era fundamental para que dormisse. Muitas vezes, na época em que ela morou em Santos, e em que eu ia buscá-la na escolinha, assim que ela entrava no carro e era colocada na sua cadeirinha, pedia "pepê, pepê". É que estava com sono, e a associação era instantânea. (Abaixo, pouco antes de fazer dois anos, quase na hora de dormir).

Agora, estando perto de completar 3 anos, foi preciso um trabalho de conscientização para que ela largasse da chupeta.

Há mais ou menos 20 dias, depois de escutar sua mamãe sobre a necessidade de deixar a chupeta, ela a jogou pela janela do apartamento. Na hora de dormir, lá veio o choro. Chupeta? Não mais existia. Custou a dormir, acordou de madrugada, chorou, chorou. Sentiu tanto, que até somatizou o sofrimento. Acordou meio doentinha. E assim foi, durante alguns dias. Num desses dias, quando estava no carro a caminho do pediatra, mexeu na bolsa da mamãe e encontrou uma chupeta (que ali estava, esquecida). Pegou-a, deu algumas chupadinhas, bem rápidas, e jogou-a para a rua, pela janela. Foi sua despedida.

No final da 1ª semana minha filha me ligou: mãe, boa notícia. A Isadora já se acostumou a dormir sem chupeta.

Nossa, que alívio. Não é só a mãe que sofre com suas crianças. Avó também! E em dose dupla. Tenho quase certeza de que sofri mais com a retirada da chupeta da minha netinha Isadora, do que com a retirada da chupeta dos meus filhos, quando pequeninhos.

Comentários

  1. Heloisa , com esse seu post fiquei lembrando dos meus sobrinhos (não sou mãe ) e dos meus pacientes .Eu sou dentista e por vários anos só atendia crianças pois minha primeira especialização foi odontopediatria A chupeta causa problemas ortodonticos ,e como é dificil pras crianças e principalmente para as mães conseguir dos filhos acabar com esse hábito !!
    Uma vez uma mãe me falou que era fácil eu falar já que não tinha filhos e não sabia o quanto era difícil ..
    Nem sei mais o que respondi pra ela .
    Eu me lembro com nitidez do meu sobrinho jogando a chupeta fora ,pela janela do apt para um gatinho que acabava de passar no muro .Foi a maneira que minha irmã encontrou pra ele jogar fora ,,e sabe ele até superou bem ..
    Mas acho que quem mais sofre são os adultos ,mães ,tias ,avós vendo o sofrimento daqueles que tanto amamos ..

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  2. Que maravilha! Me parece que ela fez uma separação consciente e madura - na medida do possível - das suas chupetas. Isso é ótimo, pois é um registro positivo que vai ajudá-la a se separar de outras coisa que não servirão mais, ao longo da vida. Assim esperamos, né, Heloisa??? Se Deus quiser!

    Meus dois filhos, eu comecei com essa conversa meses antes. Minha filha entregou ao Papai Noel. Deixou aos pés da árvora de Natal à noite e no dia seguinte encontrou os brinquedos. Meu filho entregou ao coelho da Páscoa e encontrou chocolate no lugar. Cheguei a fazer as "patinhas" do coelho, com talco, no chão da sala. Ele ficou impressionadíssimo. Hoje, damos gargalhadas relembrando.

    beijos, querida Heloisa!

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  3. Heloísa

    gostei tanto do seu texto! Ainda bem que a Isadora já largou!
    A Carolina usou quase até aos 5 anos, foi um suplício! Um dia ela tb deitou no lixo (uma delas), mas qdo chegou a hora de dormir, foi um martírio. Chorou "baba e ranho de todo o tamanho", até dava dó, "eu quero a minha chuchinha", a soluçar, e claro que aqui o coração de manteiga acabou por ir buscar a suplente... não aguentei! Ela esteve uma meia hora a chorar e a pedir a chuchinha. :(
    Agora eu estou a rir da situação, mas na altura sofremos mesmo, pq eles amam de paixão a danada!

    Ela acabou por só largar nas férias, qdo estávamos fora de casa. Aí eu disse-lhe que não tinha levado a chupeta (mas tinha...), e claro que na 1ª noite ela chorou e custou a dormir, e de noite fazia um barulhinho como se a tivesse. Mas como andava distraída, fora da rotina habitual, acabou por esquecer... finalmente!

    bjs

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  4. Adoro ler seu blog. Daqui a um ano espero engravidar e torço para que minha mãe seja uma avó tão bacana como vc.

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  5. Minha mãe também sofre com as dores do crescimento da Isadora dela, a única neta e que também se chama Isadora. Sempre me conta umas coisas e sempre muito aflita, com muita pena, eu sempre digo que faz parte, mas avó é avó, eu sou só tia e a distância, mas entendo bem.
    Beijo

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  6. Ah, Heloísa...

    Crescer é difícil e nunca acaba!

    beijo!

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  7. Ah, o texto fez-me lembrar como foi com o meu Daniel! Foi assim também, lá pelos 2 aninhos jogou pela janela a sua chupeta e chorou à noite, mas foi acostumando com a perda e acabou esquecendo-a.

    Que bom que a Isadora livrou-se do vício, pois como disse a dentista lá em cima, realmente não é bom para a arcada dentária no início da infância.

    E você, vovó Helô, fica de coração derretido com a netinha, né! Não é para menos, a Isadora é tão inteligente e carinhosa contigo.
    beijos cariocas para as duas

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  8. Eu tive muitas dores de crescimento e de quando em quando ainda tenho, principalmente na mudança de tempo. O único problema é que nem sei porque as tive, já que nem cresci muito, sou pequenininha :)
    Também fui eu que joguei a chupeta fora, atirei para dentro do fogão e fiquei a vê-la arder!

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  9. Andréa,
    A chupeta tem sua fase de importãncia e, embora difícil, sua retirada é mais fácil do que tirar o hábito de chupar o dedo (que algumas crianças, sem chupeta, acabam adquirindo). Você não acha?

    Valéria,
    Parece, mesmo, que a separação foi consciente. Espero, com todas minhas forças, que ela consiga enfrentar bem todas as separações e todos os problemas, ao longo da vida.
    A Isadora jogou sua chupeta para os passarinhos, porque já conhecia a história da separação da chupeta do seu tio (meu filho). E o "passarinho" lhe trouxe um presentinho.

    Cláudia,
    Quer dizer que você lembrou do sofrimento da Carolina? Ainda bem que tudo passa depressa, não?

    Carol,
    Que prazer recebê-la no meu blog, ainda mais com um comentário tão carinhoso.

    Luciana,
    Gostei de saber que sua sobrinha tem o mesmo nome da minha querida netinha.

    Nina,
    É verdade. Crescer, nunca acaba. Às vezes traz sofrimentos, mas também muitas conquistas e prazer.

    Beth,
    Acho que quase todas que foram mães têm uma história de chupeta. E você já viu, ao vivo, como me derreto pela Isadora.

    Beijos para todas.

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  10. Ameixa,
    Se você ainda tem essas dores, de repente ainda vai crescer. Nâo acha? he,he.
    Agora, em relação à chupeta, você foi totalmente radical. Queimou, mesmo!
    Beijo.

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  11. Amiga,
    lembei-me das despedidas dos meus filhos com suas chupetas! Cada um com seu jeito e com sua história especial!
    Obrigada pela oportunidade de tão deliciosa lembrança!
    bjs

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  12. Helô, que bom que a Dodora largou a chupeta. Ela está crescendo! E como dói este crescimento... Giovana também largou a chupeta, e foi por vontade própria. No canaval deste ano ela me pediu pra jogar fora no lixo. Joguei na mesma hora! Ele choramingou alguns dias, mas tudo muito normal. Difícil está sendo com as fraldas! Ela não larga de jeito nenhum.
    Beijos pra vcs!
    E a Pri? Está bem? Conta dela qualquer dia desses.

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  13. Heloisa a sua netinha é da idade da minha.Mas a minha ainda usa chupeta embora seja só para dormir, recordei-me agora quando o meu filho deixou a sua chucha tinha 5 anos foi ele que deitou no lixo, á noite chorou tanto mas tanto, depois foi-se habituando.Mas a nós avós custa-nos tanto ver os nossos netinhos sofrer, eu falo por mim.
    Beijinhos e parabéns a sua netinha é linda

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  14. Heloísa, aqui em casa não foram as chupetas e sim os dedinhos. Meus 2 filhos chuparem dedo até 4/5 anos, tinham até um calinho, que logo sumiu. Acho que é mais difícil do que a chupeta, porque o dedinho não precisa que ninguém dê... rsrs!
    Dos males, o menor! Há dores bem piores do que essa.
    Bjs.

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  15. OI! Cheguei tarde porque não consegui postar ontem, em razão da netinha! Quando estou em casa, ela quer atenção exclusiva!
    Achei o post lindo, e graças a Deus ela tem se mostrado forte mesmo, me pareceu bem estruturada para essa vitória e para as futuras...
    Vitória por ter conseguido se separar da pepê que tanto adorava mas entendeu que não faria bem aos dentinhos.
    Eu vinha conversando a um tempinho, mas a decisão de atirar pela janela foi dela. Acho que, do alto da sabedoria da pequerrucha de quase três anos, ela veio se preparando até se sentir segura para ficar sem. E assim foi. Tanto que, quando encontrou as reservas, repetiu o gesto.
    E as fotos dela com a pepê estão uma coisa...
    bj à vovó e a todas as amigas do blog! Pri

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  16. Algumas crianças são mais apegadas e sofrem mais, outras menos, e poucas tem a sorte de nunca nem gostar disso.

    Oque acho interessante é q desde que nascemos vamos aprendendo a abrir mão das coisas e viver sem uma aprendendo a ter outra, leite de peito, chupeta, fraldas, dividir brinquedos, doar roupas, bom pelo crescimento.

    Sua netinha é muito linda!

    Bjs

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  17. Primeiramente !!
    Pri SAUDADONAS....!!!
    Helô.. e elas sofrem sim e nós tbm !
    Alissa não pegou chupeta, e sim o DEDO, então imagine como fico.
    Ela é o dedo e o paninho.. ela ainda escolhe..aff
    Mas q bom q a Isadora conseguiu passar bem, acho q os choros, para essa despedida são necessários.. com para outras separações q a vida vai nos dar, assim ela vai amadurecendo. Por mas q não queremos, queremos sempre poupa-las, mas não tem jeito.

    Lindo post !!
    Vc é demais, gosto muito de tds os post !!

    bjos


    bom findy

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  18. Oi Heloisa, vim aqui retribuir o seu alo e beijo!! Estou meio afastada da internet pois o verao aqui está uma delicia e estou aproveitando para ficar na rua tomando sol e "estocar" sol para o inverno!!
    Ah! a minha histõria de largar a chupeta foi muito engraçadinha, um dia minha mae te conta!
    bjs de novo e bom finde!

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  19. Oi Heloisa,
    Obrigada pela visita e se precisar de algo da Provence é so me avisar, sera um prazer ajuda-la. Meus pais vao estar por aqui até janeiro, eles vêm para o nascimento do meu segundo filho, Théo, previsto para o fim de julho. Quem sabe nao nos encontramos?!
    Ah! A Chloé, minha filhota, tb deu um trabalhao para largar a chupeta, mas hoje nem se lembra mais dela. Vitoria! Beijos e até breve.

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  20. É verdade Helô, as dores de crescimento são eternas e qdo a gente acha no auge da no simples sabedoria que já aprendeu tudo , dobra a esquina e la vem a sra ensinamento nos ensinar mais um bocadinho.

    Este post da sua netinha e sua chupeta me fez lembrar da minha Victoria e sua chupeta. Recordar é viver! Que saudades...
    Agora ela é uma mocinha no auge dos seus 16 anos se achando uma mulhersem imaginar que a vida é uma caixa de surpresas. Mas aí se encontra o grande barato da vida, a surpresa do amanhã.

    Bjos e bom domingo!

    PS* Linda a sua neta

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  21. Deve ser uma delicia essa coisa de ser avó!
    Sabemos que crescer dói mas é importante para nosso desenvolvimento...E depois passa tudo tão depressa!
    Boa semana querida

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