Postagens

Mostrando postagens de junho, 2010

O Escafandro e a Borboleta

Imagem
O Escafandro e a Borboleta, história real “escrita” por quem a viveu, é um livro que nos deixa perplexos: com seu teor, e com sua realização.  Jean-Dominique Bauby era um jornalista jovem e bem sucedido (editor da Elle, em Paris) que, acometido por um grave acidente vascular-cerebral, ficou quase que inteiramente paralisado. O único movimento que conservou foi o do seu olho esquerdo. Sua mente, contudo, permaneceu intacta. Ele pensava, raciocinava, sentia, e tinha lembranças. E usando do poder da sua mente, e do movimento do seu olho, ele incrivelmente conseguiu escrever esse maravilhoso livro. Num trabalho de paciência e perseverança, que contou com a inestimável assistência de Claude Mendibil, Jean-Dominique redigiu mentalmente os diversos capítulos do seu livro, ditando-os para seus interlocutores por meio de piscadas do olho esquerdo. Para que isso fosse possível foi organizada uma listagem das letras do alfabeto, colocadas em ordem decrescente da utilização na sua língua p

Ecos do domingo

Imagem
Domingo caseiro com comidinha gostosa, leitura de jornais, conversa e tricô. E também com visita da Adriana, que me trouxe essas lindas margaridas. Lombo de bacalhau não exige muito, para um bom resultado. Para esse prato basta um caprichado purê de batatas, grão de bico cozido (que pode ser dispensado), e um bom refogado de alho em lâminas com pimentões verdes, vermelhos e amarelos. E, é claro, um bom azeite extra-virgem. Colocar um pouco de azeite no fundo de um pirex, arrumar o bacalhau (que recebeu uma leve fervura) rodeado pelo purê. Regar o bacalhau com um pouco mais de azeite e cobrir com o refogado. Levar ao forno para terminar o cozimento (pode-se cobrir alguns minutos com papel de alumínio). Abaixo a foto do prato antes de ir ao forno.  Retirado do forno (faltou a foto) foi saboreado com arroz branco e um bom vinho. Saúde!

Festa junina

Imagem
“O balão vai subindo Vem caindo a garoa O céu é tão lindo A noite tão boa ...” Quantas lembranças do céu pontilhado de balões, e das noites frias com garoa. Quantas lembranças das festas juninas com quadrilhas, correio elegante, cadeia. Dos fogos de artifício para soltar com as crianças: buscapés, vulcõezinhos, estrelinhas, chuvas de ouro, estalos e bombinhas. Hoje não temos mais balões – nem podemos ou queremos ter. N ão existe mais a famosa garoa, e os fogos de artifício praticamente desapareceram (sobraram somente os foguetes, usados em comemorações diversas). E até o frio do mês de junho está meio escondido. Mas o encantamento das festas juninas permanece. Nas músicas típicas, nas bandeirinhas, na pipoca, no amendoim, na canjica, no quentão, e nas crianças vestidas de “caipirinhas”. E aqui "minha caipirinha", pronta para uma festinha. Já falei sobre as festas juninas anteriormente , inclusive fazendo uma comparação entre as festas juninas de Portugal e do Brasil. Também

Céu estrelado

Imagem
Vovó, por que não tem luar em São Paulo? E por que não tem estrelas? Perguntas de uma menininha que ainda não tem 4 anos de idade, e que já está percebendo como a vida nas cidades grandes é despida de prazeres simples. Foi então que me dei conta de que, muitas crianças atravessarão sua infância, sem que tenham visto um céu estrelado. E lembrei que, quando pequena, vivendo em Santos, e também em São Paulo, procurava com meus irmãos onde estava a constelação Cruzeiro do Sul, ou a das Três Marias, e até o planeta Vênus, que se assemelha a uma estrela (Estrela d' Alva). Como adorávamos essa busca, e como ficávamos contentes quando localizávamos as constelações. Hoje, as crianças de Santos, São Paulo ou de outras cidades grandes, não conseguem enxergar qualquer estrela, e muito menos seus grupos. Para terem esse prazer, só se tiverem a oportunidade de viajar para algum lugarejo onde as luzes artificiais, e a poluição, não tenham chegado para afastar a beleza de um céu estrelad

Bicho da seda

Imagem
H á poucos dias acabei de ler o livro “Seda”, do escritor italiano Alessandro Baricco. É uma obra bem diferente, meio poesia, meio fábula, meio conto. Gira em torno de um pacato cidadão francês, que em meados do século XIX vive numa cidade cuja economia está baseada na sericicultura (ou sericultura). Como o mercado que fornecia os ovos do bicho da seda para a cidade havia sido afetado por uma epidemia, o personagem do livro é contratado para ir buscar ovos no desconhecido e longínquo Japão. O livro relata a aventura que era a viagem ao Japão, e os riscos do comércio dos ovos do bicho da seda com o pais tão misterioso (naquela época). Ao ler o livro, minha memória me levou ao passado quando, bem criança, brincando no quintal da nossa casa, encontrava casulos de bicho da seda presos nas árvores frutíferas (principalmente amoreiras). L embro da primeira vez que vi um, e da simples explicação que recebi de alguém mais velho: "isso é um casulo de bicho da seda. É dele que saem os fios

Crianças e a copa do mundo

Imagem
  Hoje o Brasil faz sua estreia na Copa do Mundo, disputada na África do Sul. É sua estreia, seu primeiro jogo, mas parece que o país obrigatoriamente terá que parar. Repartições suspendem seus expedientes, profissionais liberais interrompem seus atendimentos, bancos alteram seus horários. A impressão que se tem é que tudo passa a sofrer um “efeito dominó”. As peças dos serviços vão caindo uma sobre a outra, forçando as paralisações e acabam chegando nas escolas. Sim, escolas também têm seus horários alterados, ou até suas aulas suspensas. E entre essas as escolas de educação infantil com crianças de idade até 5 anos, que nem sabem o que é uma copa do mundo.   As escolas deixam de funcionar e as mães, que contam com elas para deixarem os filhos enquanto trabalham, são obrigadas a não trabalhar. Algumas provavelmente estarão dispensadas dos seus serviços, mas haverá outras em situações diversas, tais como as mães enfermeiras, as mães médicas e muitas outras que executam serv

Jantar dos “namorados”

Imagem
  Chegamos em casa às 19 horas. Estava me sentindo exausta. Acho que uma exaustão mais emocional do que física. Sair para jantar fora, nem pensar. Contrariando nossos hábitos (de festejar simplesmente, porém com capricho), até pensamos em pedir uma pizza, com entrega em casa. Por fim, acabamos resolvendo fazer algo a quatro mãos. Logo cedo eu havia feito um bolo em forma de coração, aproveitando sugestão da Marly , do delicioso blog Saboreando a Vida. Só faltava rechear e cobrir. Unimos nossas forças e fizemos um risoto de mussarela de búfala, rúcula e tomate seco. Logo no início dos trabalhos abrimos uma garrafa de um maravilhoso vinho Pinot Gris, que trouxemos da Nova Zelândia, e enquanto o Berto mexia o risoto, terminei o bolo. Nos intervalos dávamos uns golinhos no nosso vinho. Em pouco tempo estávamos nos deliciando com nosso jantar de um prato só, seguido pelo delicioso bolo de chocolate com recheio de brigadeiro branco e morangos. Sem dúvida, valeu o esforç

Cerejeiras em flor

Imagem
No último fim de semana fui ao cinema assistir Hanami – Cerejeiras em flor, dirigido pela cineasta alemã Dóris Dorrie. O filme, muito sensível, tem fotografia e música belíssimas. Aborda problemas da velhice, incompreensão, solidão e morte. Mostra como os pais, muitas vezes, não reconhecem os filhos que criaram, e como os filhos adultos têm dificuldades para se relacionar com os pais idosos.  Embora a seriedade do tema, o filme consegue manter leveza com a música, dança e com a visão linda das cerejeiras em flor. A 1ª parte do filme passa-se na Alemanha, e a 2ª no Japão. Achei a parte final um pouco arrastada, mas sem que isso tenha comprometido o filme. Contudo, é também nessa 2ª parte, que é mostrado o maravilhoso e tradicional costume japonês de apreciar a beleza das flores : Hanami. No caso, as flores são as das cerejeiras, e que também são mostradas como símbolo da efemeridade (uma das abordagens do filme). Muito interessante uma passagem  que mostra o movimento internac

Volta da mulher natural?

Imagem
Lendo a Folha de São Paulo do último dia 31/05/2010 tive a atenção chamada para o seguinte texto:” Hollywood agora quer mulher natural”. Nele, Laura M. Holson diz que num determinado setor os executivos estão contratando mais “atores e atrizes de aparência natural vindos da Austrália e do Reino Unido. Isso porque as candidatas de curvas fartas e aparência jovem pouco natural que comparecem aos testes em Los Angeles sofrem de um excesso de mesmice”. Achei interessante essa expressão “mesmice”. É nela que penso quando, acompanhando uma reportagem social numa revista ou num jornal, vejo em todas as fotos jovens com aparência absolutamente igual: cabelos lisos e compridos, quase todos com o mesmo comprimento e corte. Às vezes parece que estamos diante de uma "linha de produção". E essa “mesmice” também aparece no “modelo” feminino do corpo e até no feitio dos lábios. Silicone ali, ácido hialurônico aqui. E diante das ruguinhas, botox aqui e ali. Mas parece que isso está cansando.

Aniversário do Blog

Imagem
Hoje meu blog está completando 2 anos de idade. Na verdade, a impressão que tenho é que se passaram muitos mais anos desde que, motivada pelas alegrias de ser avó, resolvi criar um blog. E não sei se essa impressão se deve ao muito que descobri e aprendi para poder manter meu blog, ao número de posts que escrevi, ao prazer que ele me deu, ou às muitas pessoas que conheci e continuo a conhecer na blogosfera. Algumas já tive o prazer de conhecer pessoalmente, mas sinto-me muito ligada a todas. Recebo com alegria seus comentários, preocupo-me quando deixam de atualizar seus blogs. Para comemorar a data, pensei ser interessante enfatizar essa aproximação que a internet nos permite. Seu bom uso permite que, mesmo aqueles que vivem longe, ou isolados, possam manter uma rede viva de amizade. Permite que possam trocar ideias, possam se sentir queridos e lembrados. E para falar sobre essa importância, convidei minha querida amiga Beth Lilás, do blog Mãe Gaia , que foi a primeira blogueira que c