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Mostrando postagens de novembro, 2012

Sonho aflitivo

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Ontem, logo cedo, a Priscila me telefonou para dizer que a Isadora estava aos prantos, porque havia tido um pesadelo. Sonhara que eu havia morrido, e queria vir para Santos para ficar comigo (e, com certeza, para conferir se eu estava bem). Chamei-a ao telefone e, aos poucos, ela se acalmou. Que peninha dessa sua aflição. Confrontada com a morte muito cedo, pois seu papai partiu antes dela completar um ano, ela consegue avaliar o sentido da ausência. Sabe bem o que significa essa partida definitiva e, muitas vêzes, nos transmite isso, como já contei nesse dois textos que publiquei em outras ocasiões: “Vovó, eu também tenho papai. Eu sei, minha netinha. É vovó. É que agora ele está no céu. Esse comentário surgiu do nada, numa tarde em que estávamos juntas. E, há poucos dias, logo depois de ter acordado ela me disse: Sabe, vovó, eu sonhei com meu papai. É mesmo? E ela: sonhei que ele me mandou um recado. Qual foi? Que ele não quer mais fi

Comida antiga

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Dobradinha do nosso almoço de domingo. Às vezes encontramos um lugar meio escondido, que acaba nos surpreendendo. Foi assim, outro dia, na Vila Madalena, em São Paulo. Ao ver o restaurante Casa da Li, achei que poderia encontrar nele uma comida bem caseira, que era o que estávamos querendo. Paramos, então, para almoçar. A comida é variada, mas o cardápio é enxuto. Entre os pratos, alguns bem brasileiros, que praticamente sumiram das nossas mesas, como a língua e a rabada. Sei que muitos torcem o nariz, só de pensar nesses pratos, mas também sei que, quando bem feitos, são deliciosos. Nos meus tempos de criança, esse tipo de culinária era bem comum, e minha mãe a preparava com perfeição. Quando vi, no cardápio do restaurante, que eles trabalhavam com língua, fiquei tentada. Mas, ao mesmo tempo, receosa. Será que é bem feita? Peço? Não peço? Resolvi arriscar. Acertei. Estava bem gostosa, e lembrou a que minha mãe fazia.

Estou crescendo, vovó

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Ajudando a montar a árvore de Natal . Sempre é uma delícia ter a companhia da netinha por alguns dias seguidos. Perceber seu crescimento, dia a dia, é fantástico. Dessa vez ela já chegou me avisando que iria dormir sozinha, no quarto ao lado do meu. Na sua casa ela dorme sozinha no seu quarto, há muito tempo. Mas na casa da vovó, era diferente. Sempre gostou de dormir ao lado da minha cama, num colchão bem encostado, para que pudesse segurar na minha mão antes de dormir, escutar historinhas e canções infantis. Na primeira noite me preocupei um pouquinho pensando que ela pudesse acordar durante a madrugada. Que nada. Dormiu muito bem, passando assim para uma nova etapa da sua vida: dormir longe da vovó. Foto tirada já de manhã. Chegou em Santos desse jeito, com as unhas decoradas. Olhou para as unhas da vovó e perguntou: - Posso pintar suas unhas, vovó? Claro que a vovó deixou. Sua mesinha de brincadeiras, virou mesa de manicure, embora já esteja muito p

De volta a Belém

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Hoje estamos encerrando nossos dias em Belém, dias quentes, úmidos, e com muitas lembranças. Conhecêmo-nos em São Luiz (Maranhão) mas, na verdade, nosso romance teve início em Belém do Pará. Belém das mangueiras, do Ver-o-Peso, da chuva da tarde, do Santuário da Nazaré, das vitórias-régias. E agora, quase 27 anos depois, voltamos para rever o conhecido, e para conhecer o novo. Vimos as mangueiras, o Ver-o-Peso, o Santuário, as vitórias-régias do Emílio Goeldi e do maravilhoso Mangal das Garças, a encantadora Estação das Docas, a linda Catedral, a Casa das Onze Janelas, o Forte do Presépio, o Museu de Arte Sacra, o antigo presídio São José Liberto e muito mais. Sentimos a chuva da tarde, embora ela tenha falhado em algumas tardes. Passeamos de barco pelo rio Guamá e pela Baía de Guajará. Tudo muito lindo. E, além de tudo, Belém tem, para nós, um gostinho especial. Gostinho bom do passado, que se estende ao presente.